A entrevista abaixo, com o coordenador da região Sudeste do Instituto Brasileiro de Homens Trans (IBRAT), Alexandre Peixe, é uma das que compõem a parte qualitativa da pesquisa “Violência contra LGBTs nos contextos eleitoral e pós-eleitoral”

Foto: Arquivo Pessoal

Você tomou conhecimento de algum caso de violência contra homens trans durante o segundo semestre de 2018 que guardasse alguma relação com o contexto eleitoral?

Alexandre Peixe – Como coordenador do IBRAT, recebi muitas ligações e mensagens de homens trans relatando violências verbais e ameaças. Eles relatavam violências que partiam de familiares e vizinhos que tinham conhecimento de sua identidade de gênero.

Você identificou algum padrão de violência política contra a população de homens trans durante as eleições de 2018?

Alexandre – Com certeza. Principalmente quando o candidato [à presidência] enfatizava que acabaria com todas as conquistas de nossa população.

Como você avalia as respostas institucionais relacionadas a estes casos de violência contra homens trans no contexto eleitoral?

Alexandre – Não houve nenhum amparo em nenhum sentido. Assistimos as violências crescendo e esses órgãos calados e até em algumas vezes pareciam apoiar tal violência

Quais são as principais ameaças que você identifica para a população de homens trans com o fortalecimento de agendas políticas contrárias aos direitos LGBT+ no contexto das eleições de 2018?

Alexandre – Tivemos perdas de meninos trans que se suicidaram. Ficamos todos mentalmente doentes. Nos sentimos, muitos até hoje, com medo, ansiosos, sempre em alerta.

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