Elas e eles estão vivos. Eles e elas, entrevistados para esta pesquisa e para as reportagens sobre percepção de violência contra pessoas LGBT+ no contexto eleitoral – incluindo as redes sociais – estão vivos, atentos e em estado de atenção constante. Não são parte das estatísticas alarmantes de homicídios contra pessoas LGBT+, mas sentem o peso de viver em um país que ainda não discute tanto quanto deveria a violência contra as minorias políticas.
A identidade de gênero ou a orientação sexual de um/a cidadão/a não deveria ter qualquer impacto no direito de as pessoas irem e virem e de compartilharem suas opiniões políticas. Mas no Brasil de hoje não é bem assim. Eles e elas são vítimas do discurso de ódio que ganhou ruas e redes com bastante força nas eleições de 2018.
Fomos ouvir essas pessoas. A percepção de violência contra LGBTs+ é maior desde o processo eleitoral de 2018, mostram os resultados da pesquisa.
Convergindo pesquisa e jornalismo, a Gênero e Número apresenta dados inéditos e histórias reais para que seja possível a qualquer leitor/a seguir na trilha de debates pautados por dados qualificados e por vivências de brasileiros/as que nos falam sobre o Brasil onde uma eleição presidencial – e o discurso político do candidato vencedor – escalou ataques de ódio contra pessoas LGBT+ de forma inaceitável em uma democracia.
A Pesquisa
A pesquisa Violência contra LGBTs+ nos contextos eleitoral e pós-eleitoral prioriza métodos quantitativos com a finalidade de compreender diferentes dimensões da percepção de incidência ou ameaça de violência(s) contra pessoas LGBT+. O estudo responde a dois eixos: Violência(s) contra LGBTs+ no período eleitoral e Violência(s) contra LGBTs+ nas redes sociais. Foram aplicados questionários em três capitais brasileiras – Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. As aplicações ocorreram concomitantemente nas três cidades entre os dias 17 a 20 de janeiro de 2019, totalizando um universo de 400 respondentes. O método de recrutamento dos/as respondentes utilizado para a pesquisa foi a amostra por conveniência, que consiste em selecionar uma amostra não-probabilística da população que esteja acessível aos propósitos da pesquisa, de forma sistematizada e não-aleatória. Como o interesse deste estudo não se circunscrevia propriamente a um evento LGBT+, mas mais precisamente à dimensão das pessoas LGBT+ inseridas no interior de um evento de escala nacional, como as eleições, definimos a conveniência desta investigação nos locais onde as pessoas LGBT+ se encontram regularmente. Consideramos locais de sociabilidades LGBT+ nas regiões centrais dessas cidades que apresentam circulação histórica ou recente desta população.
A EQUIPE
Giulliana Bianconi Diretora da Gênero e Número
Lucas Bulgarelli Coordenador da pesquisa
Arthur Fontgaland Pesquisador
Milena Fahel Pesquisadora
Paula Alegria Pesquisadora
Flávia Bozza Martins Analista de dados
Marilia Ferrari Designer
Vitória Régia Repórter
Beta Design Parceira de desenvolvimento e programação